Como encontrar o sentido da nossa vida na azáfama do dia a dia
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Neste contexto, somos atualmente dominados pelo tempo breve.
E nesta economia da brevidade, que conferimos ao que fazemos e ao que desejamos, acabamos por condicionar os resultados que obtemos e a nossa própria existência. É a dieta que começámos e cujo efeito «nunca mais se nota», os nossos filhos «que demoram a obter os resultados escolares desejados», a alma gémea «que nunca mais aparece», o reconhecimento profissional «que teima em ocorrer». Centrados no tempo breve vivemos dominados pela azáfama da rotina diária.
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À semelhança do que defendeu Freud (1920), temos dificuldade em substituir o«princípio do prazer» pelo «princípio da realidade». Temos uma enorme tendência para usufruir, sem delongas, o que nos proporciona satisfação imediata, esquecendo que isso pode não ser o que mais nos irá nutrir e satisfazer no futuro. Aprender a deixar as coisas acontecerem, deixando-lhes o tempo que necessitam para se transformarem numa realidade que seja efetivamente a que melhor nos serve, é fundamental.
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Sempre que abreviamos os processos estamos a retirar sentido aos factos e aos acontecimentos deixando de entender porque estão a ocorrer na nossa vida. Estamos, por conta própria, a interromper o nosso percurso de crescimento. Não permitimos sequer que o novo se instale, se organize e se mostre. Esta angústia do tempo breve impossibilita-nos também de sentir como é habitar dentro de nós mesmos com os nossos medos e os nossos fantasmas. Também eles precisam de completar o seu ciclo de vida. Só assim podem transformar-se e terminar. Talvez por isso o tempo breve seja, por outro lado, tão atraente. Evita esta entrada em nós, no nosso Eu mais profundo, que por vezes tanto nos agride e doi.
O desejo de que as coisas corram depressa e os resultados surjam rapidamente, traz para a nossa vida muito stress e limita a nosso bem-estar. Ficamos na ansiedade de saber rapidamente o resultado do que plantámos e não nos permitimos afrouxar para dar oportunidade a que as sementes se materializem. Como disse Johann Peter Hebel (1760), «nós somos plantas que, quer nos agrade quer não, apoiadas em raízes, têm de romper o solo para florescer e dar frutos». Cabe-lhe a si este mês perguntar-se o que está a fazer para deixar as suas raízes fazerem o seu caminho.
Texto: Teresa Marta (mestre em relação de ajuda e consultora de bem-estar)
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