Mindfulness


Mindfulness
O Mindfulness permite que a pessoa se desligue do piloto automático
 
 Permanecer no presente como auto-terapia para ansiedade e depressão


Mindfulness significa prestar atenção, com intenção determinada a alguma coisa, mantendo-se no momento presente e de uma forma não avaliativa.
Acontece a todos que ao passear, ao comer, ao conduzir o automóvel, assim como ao conduzir a nossa vida, a mente vagueia por pensamentos, sonhos, planos por realizar, acontecimentos passados, uns agradáveis outros nem por isso. Podemos conduzir durante dias e dias, meses uns após outros sem parar, em “piloto automático”, sem na realidade estarmos conscientes do que estamos a fazer. Da mesma maneira, podemos estar ausentes a cada momento, durante uma grande parte das nossas vidas: podemos viver a “quilómetros de distância” do que se está a passar à nossa volta, sem no entanto, o sabermos.
Quando estamos em piloto automático, temos os “botões pressionados”, os acontecimentos à nossa volta, os pensamentos, sentimentos e sensações produzidas pela mente e sentidas no corpo despoletam velhos hábitos de pensamento e de comportamento que são frequentemente prejudiciais, na medida em que conduzem ao piorar da nossa condição.
Com o Mindfulnes tornamo-nos mais conscientes dos pensamentos, sentimentos e sensações corporais, no momento em que estão a ocorrer, dando a nós mesmos a possibilidade de uma maior liberdade de escolha, libertando-nos da inevitabilidade dos problemas no passado.
Algumas pessoas vivem espontaneamente alguns momentos em que estão completamente envolvidos com o presente sem serem apanhados pelas ideias pré-concebidas acerca dessa experiência. No entanto, para muitos a forma de lidar com o que se esta a passar no presente é caracterizada por uma espécie de nevoeiro de preocupações acerca de acontecimentos futuros, ou de ruminações acerca de acontecimentos passados, ou mesmo de ideias acerca de Si, dos Outros e dos acontecimentos.

Mindfulness



O Mindfulness permite que a pessoa se desligue do piloto automático e da sua forma de pensar, ao mesmo tempo que traz a atenção para a actualidade do presente, abrindo a possibilidade a respostas novas e diferentes para uma situação antiga.
A expressão “piloto automático” descreve um estado mental na qual a pessoa age sem intenção consciente. A capacidade para funcionarmos em piloto automático é altamente desenvolvida na nossa espécie. Confere-nos uma considerável vantagem evolucionária originando no entanto uma vulnerabilidade para o sofrimento emocional.
Vejamos! Os humanos têm uma capacidade limitada para prestar atenção ao que está a acontecer, e portanto essa capacidade só nos permite abordar quantidades limitadas de informação num determinado momento.
Isto pode dar a impressão de que a nossa limitada capacidade para prestar atenção poderia restringir o nosso desenvolvimento, no entanto a nossa capacidade para entrarmos em piloto automático permite-nos ultrapassar facilmente esta aparente limitação.
O facto de não necessitarmos de envolver a atenção consciente em tarefas familiares permite-nos desempenhar simultaneamente um conjunto alargado de tarefas complexas.
A capacidade que temos para desempenhar tarefas físicas como conduzir, caminhar, escrever, ou comer, enquanto uma parte da nossa mente está em piloto automático, é uma importante competência adaptativa. Os efeitos prejudiciais do piloto automático surgem quando este tipo de processamento visa a nossa experiência emocional. Associado à nossa capacidade para aprender tarefas complexas, temos a elevada competência para a resolução de problemas.
Podemos reflectir, analisar, desviar o pensamento para o passado ou para o futuro, aprender com as experiências passadas e converter este conhecimento numa vantagem futura, e podemos verificar as discrepâncias entre os resultados desejados e aquilo que efectivamente temos. Estas competências do “modo de fazer” do pensamento são alicerces fundamentais para lidar com os inúmeros desafios que encontramos na nossa vida.
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