Perdão e perdoar

Perdão e perdoar

 

Qual é o contributo do perdão para uma atitude tolerante duradoura e satisfatória?

A capacidade de perdoar os outros, mas acima de tudo a si mesmo, é um fator imprescindível e de inegável valor junto daquelas pessoas que viveram consequências negativas do seu passado (trauma).
Um dia alguém afirmou “o ressentimento é um dos bloqueios à espiritualidade” .O ressentimento de “estimação”, fora do prazo de validade e duradouro, é como “uma ferida interna aberta” que afeta a nossa capacidade de discernir e tomar decisões construtivas. No presente, turva a nossa visão da reconciliação e da paz de espírito. As pessoas ressentidas ficam desconfiadas, disfuncionais e desestruturadas emocionalmente (pensamentos irracionais). Se o processo de perdoar não for iniciado, o crescimento emocional pode ficar cristalizado.
Não existe o A, B e C do perdão, todavia, sabemos o que isso significa ao nível dos sentimentos e também sabemos quando estamos magoados, ressentidos, desiludidos e frustrados durante um longo período de tempo.
O perdão é normalmente atribuído sem qualquer expetativa de recompensa, e pode ocorrer sem que o perdoado tome conhecimento, assim como também pode acontecer através de pedido honesto e sincero de desculpa à pessoa ofendida. É um ato que é revelado nos comportamentos, em vez de no sentido das palavras propriamente ditas.  
Como seres imperfeitos, podemos perdoar através de um processo de “cicatrização” com avanços e recuos. O processo em perdoar nas relações é inconstante e doloroso, mas por outro lado pode ser consistente e resiliente. Colocamos o resultado do nosso comportamento, através da fé, aos cuidados do Poder Superior/Espírito Criador, sem dogmas e/ou divindades. Mesmo que no início do processo você se sinta descrente, sobre o perdão, lembre-se que é um ato e que ,no nosso íntimo, este avanço é necessário para a reconciliação interior.
Visto perdoar ser um processo dinâmico, por vezes recua-se e não se perdoa...é normal. Passado um tempo, retoma-se o ritmo e prossegue-se o objetivo principal.
Dica: Escreva os seus ressentimentos, aquilo que o/a magoa agora no presente. Liberte as suas emoções. Neste trabalho,  não existe autocrítica, deixe a sua mão e a caneta trabalhar.
 Nota: Se não desejar perdoar, também é uma escolha.

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